sexta-feira, 28 de maio de 2010

Veja a Censura?

Qualquer ação por parte da mídia ou sobre a mídia, aqui no Brasil é logo taxado por censura, claro que o fato de termos experimentado os 20 anos de ditadura já deixa o nosso subconsciente condicionado a raciocinar assim, mas até que ponto o caso do jornalista Felipe Milanez pode ser caracterizado dessa maneira.
Para o Sindicato dos jornalistas de São Paulo a demissão de Milanez pela Editora Abril após suas declarações feitas no twitter, foi no mínimo “Arbitrária” e poderíamos dizer até hipócrita.
A revista Veja foi criada na efervescência da ditadura militar em 68 e de lá pra cá a “Abril” se orgulha em manter erguidas as bandeiras da liberdade de expressão e de impressa através do periódico, mesmo assim a empresa de comunicação penalizou um de seus colaboradores pelas opiniões particulares postadas no “micro-blog”.
A liberdade de expressar suas insatisfações é um princípio constitucional defendido nos Estados democráticos e admitido como a base que sustenta este regime, no entanto o caso da Abril não foi a primeira agressão a esse direito, afinal quantos lembram da extradição do jornalista Larry Rohter que havia publicado algumas informações sobre o excelentíssimo presidente? A Editora da “Veja” só repetia a ação, que cá pra nós, havia dado ampla cobertura e criticado na época.
Por outro lado, talvez até contraditório, tendo em vista as “leis” de mercado, eticamente, se estamos ligados a um empresa através de contrato firmado é até lógico que deveríamos prestar o mínimo de respeito a esta instituição. Afinal, ao Milanez criticar a produção da Revista Veja, estava criticando publicamente a produção de seus colegas de trabalho, uma atitude que rompe com as expectativas de bom convívio no local de trabalho.
Pela proximidade que o editor na National Geografic tinha na Abril, teoricamente ele poderia expressa esta opinião internamente, propondo alterações no ângulo dado a matéria, causando ao invés de sua demissão uma pequena mudança na linha editorial do periódico.
O período de Cesura já deveria ter nos ensinado, principalmente aos jornalistas, que o problema não é o QUE se diz, mas, COMO, QUANDO e ONDE se diz. 

domingo, 23 de maio de 2010

Essa lei serve pra gente?



         A lei antitabagismo já existe no Brasil desde 1996, ela proibi o uso de cigarros e similares em lugares de uso coletivo seja ele privado ou público. Em 2005 o estado brasileiro aderiu a um tratado internacional no qual as nações participantes criariam dispositivos legislativos para a diminuição do uso do tabaco em seus territórios. Seguindo essa linha, algumas cidades criaram leis para punir estabelecimentos que permitissem a pratica do fumo em áreas fechadas. Dentre essas cidades temos São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Curitiba e entre outras, Belém.
        A metrópole da Amazônia promulgou em 2008 a lei nº 8.713 que restringe o ato de fumar em lugares fechados de uso público. Pela lei se enquadram lugares como ambientes de trabalho, casas noturnas, arenas de shows, escolas, ônibus e até barcos, tão comuns em nossa região.
        A lei também prevê multa para quem não cumpri-la, variando de 20 UFIRs ate 100 UFIRs que  em Reais a variação seria de R$ 3 a R$30mil. E a aplicação desta penalidade fica a cargo da vigilância sanitária que é também uma das fiscalizadoras do devido cumprimento da norma municipal.
       A Faculdade Oswaldo Cruz em São Paulo estabeleceu regras de conduta dentro de seus portões, prevendo o ressarcimento por alguma multa que a instituição venha a receber por ação de seus alunos. Seguindo esse mesmo exemplo, outras entidades de ensino superior estabeleceram regras similares.
       No entanto, esse entendimento ainda não chegou aos gestores da nossa Universidade da Amazônia.  Os fumantes ativos e passivos ainda convivem no mesmo espaço no interior da UNAMA.
       O objetivo não é fazer um discurso moralista a favor da boa saúde, até porque não teríamos tanta autoridade em erguer essa bandeira. No entanto a faculdade como centro de exercício intelectual e de formação social deveria incentivar o cumprimento de leis ou propor reformulações a estas e não ignorá-las.
       Outra visão, um tanto positivista admitimos, mas válida, é o fato de termos que respeitar o espaço alheio, somos contra qualquer tipo de fanatismo e imposição seja de ordem cultural, religiosa, filosófica e comportamental. E expor um “não-fumante” ao seu vício é uma forma de imposição. Em outras palavras - “jogue-se da ponte sozinho!” 

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Povo Mal educado!

Este texto foi uma resposta a carta do leitor publicado no jornal O Diário do Pará no dia 14 de agosto do ano passado, na qual um cidadão identificado como Henrique Silva, levanta questão sobre o despreparo de um agente de transito quanto ao trato com uma senhora

Povo mal educado
É verdade que os agentes públicos já provaram seus despreparo e má educação, filas intermináveis, telefonemas não atendidos, desinformação etc. Talvez essa má educação dos “Trabalhadores do Publico” seja um reflexo da disparidade existente entre a educação (formação acadêmica) dada aos aquinhoados pelas benesses do sistema que solidifica suas comodidades na exploração daqueles que só podem contar com os serviços públicos e a educação deficitária dada à maioria da população desprovida do direito a luxos, além da distinção feita entre os "abençoados e amaldiçoada" da nossa sociedade, quando se deveria tratar a todos igualmente. Não quero aqui defender a indelicadeza ou justifica-la, até porque a “pobreza e má formação nunca foram desculpas para desvios no comportamento” já dizia minha avó analfabeta. Quero é ampliar a discussão sobre o tratamento diferenciado que se dá ao rico e ao pobre.
O trânsito caótico de nossa cidade obriga dependentes dos ônibus a acordarem muito cedo ou nem dormirem para chegarem aos seus trabalhos no horário, a situação piora em caso de greve quando a espera aumente e os coletivos vem ainda mais lotados. Como se já não bastasse, as vias em frente às escolas e faculdades particulares são tomadas por carros privados, impedido trafego, um caso particular na Av. Nazaré, composta por 4 faixas e sendo um dos únicos senão o único  lugar em Belém tendo uma faixa dupla para estacionamento em frente a um Tradicional Colégio particular. Mesmo assim, nos horários de saída e entrada de alunos a avenida congestiona, e se o agente público sai em defesa do “mais fraco”, para impedir a privatização do espaço de todos, ele é constrangido e aquele que vai ou vem cansado do trabalho é obrigado a parar para contemplar o desfile dos filhos abençoados de nossa sociedade e fazer filas por apenas uma faixa, ou às vezes nenhuma, até que as portas do colégio se fechem. Fica aqui o registro.

Algumas atualizaçoes:

Posteriormente à publicação do texto a Av. Nazaré passou por um processo de recapeamento e nesta ocasião, as linhas de pavimentação foram reorganizadas e não existe mais duas linhas de acostamento, porém o problema do engarrafamento causado pelos carros em frente ao colégio ali localizado ainda continua, outros pontos da cidade enfrentam o mesmo problema como na Alcindo Cacela em dois pontos, e em qualquer extensão de nossas vias, nas quais a regra do "tudo posso se pisca alerta ligado" prevalece!